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MIP promove cafeicultura sustentável

 Crédito Daniel Vieira
Crédito Daniel Vieira
Entre as pragas e doenças mais comuns da cultura do café está o bicho mineiro, originário da África e constatado no Brasil em 1850. Ataca exclusivamente o cafeeiro, se alimentando unicamente do parênquima foliar, causando minas (galerias) – daí o nome bicho mineiro. É uma das pragas-chave da cultura, responsável por grandes prejuízos econômicos, pela diminuição da produção em decorrência da redução da área foliar e da desfolha.
  A broca-do-café, de origem africana, chegou ao Brasil, provavelmente, por meio de sementes importadas. É outra doença também considerada uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil. Ela ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, desde verdes até maduros (cerejas) ou secos. A broca-do-café sofre metamorfose completa (holometabolia), passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulta. O adulto da broca-do-café é um besourinho preto luzidio.
As fêmeas, após o acasalamento, abandonam os frutos secos que caíram no solo ou que ainda encontram-se presos às plantas e voam para o cafeeiro à procura de novos frutos para fazerem as posturas.
  A mosca-das-raízes (Chiromyzavittata) teve sua primeira ocorrência com prejuízos na cafeicultura, relatada no município de Oliveira, Sul de Minas, no ano 1986. As fêmeas realizam a oviposição nas frestas do tronco do cafeeiro ou mesmo no solo. Após a eclosão, as larvas migram em direção às raízes da planta, construindo galerias, instalando-se geralmente a 20 centímetros de profundidade, num raio de até 30 centímetros do tronco, permanecendo por até dois anos. Nesta fase, essas larvas, que possuem aparelho bucal mastigador, passam a se alimentar das radicelas, causando prejuízos em razão do depauperamento da planta.
  Os prejuízos causados resultam da destruição das radicelas e da perfuração das raízes grossas do cafeeiro, que passam a apresentar sintomas de murcha, amarelecimento e depauperamento.
 A ferrugem do cafeeiro é conhecida como ferrugem ou ferrugem alaranjada. Foi constatada no Brasil na década de 70 e sua disseminação se deu rapidamente, atingindo todas as regiões cafeeiras. O agente causal é o fungo HemileiavastatrixBerk. et Br., que é biotrófico, ou seja, alimenta-se das células vivas da planta, penetrando pelo estômato da folha, onde germina e se desenvolve, sem matar a célula.
  Plantas atacadas têm a atividade fotossintética reduzida, tanto pela redução de área foliar ativa como em função da queda posterior das folhas atacadas. Os prejuízos ocorrerão não só na produção em curso, como na do ano seguinte, ao prejudicar o crescimento dos ramos.
O MIP reduz o número de aplicações - Crédito Divulgação Agrishow
O MIP reduz o número de aplicações – Crédito Divulgação Agrishow
Prejuízos
Atualmente, o bichomineiro é considerado a principal praga do cafeeiro no Brasil. Isso se deve à sua ocorrência generalizada nos cafezais e também aos grandes prejuízos quantitativos e econômicos que esse inseto causa aos produtores de café.
A broca-do-café é outra doença também considerada uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil. Ela ataca os frutos em qualquer estádio de maturação. Os prejuízos causados pela broca-do-café afetam a classificação e beneficiamento do mesmo, comprometendo a bebida do ponto de vista comercial.
MIP
As lavouras de cafeeiro hospedam poucas espécies de pragas, sendo que a maioria dos artrópodes encontrados nas lavouras é considerada benéfica, e só algumas poucas espécies podem ser consideradas pragas.
Entre essas poucas espécies de pragas, uma parte delas – como alguns ácaros, o bicho mineiro e a broca-do-café – podem eventualmente causar prejuízos econômicos ao produtor e ainda à qualidade da bebida. Em decorrência do emprego de defensivos para controlá-los, há também prejuízos socioambientais e à saúde da população e aumento de custos na produção.
  Tendo isso, os métodos de controle mais eficazes dessas pragas, no sentido real do termo, são os que usam os princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP), ou seja, aliam o manejo químico e biológico, entre outros, em prol da preservação do agroecossistema, e os defensivos apenas como último recurso, somente no momento certo para cada praga e de forma controlada, seletivos aos artrópodes não alvos, preservando os inimigos naturais das pragas e favorecendo seu controle.
O MIP aumenta a eficiência no controle das pragas - Crédito Ana Maria Diniz
O MIP aumenta a eficiência no controle das pragas – Crédito Ana Maria Diniz
Eficácia
Sua eficiência tem base em pesquisas de táticas de manejo ecológico das pragas que utilizam ao máximo a ação benéfica dos inimigos naturais, pois reconhece que o próprio agroecossistema possui um complexo desses organismos benéficos que controlam pragas e doenças, reduzindo perdas econômicas sem causar danos à saúde humana e ao ambiente.
Essas formas de condução da lavoura ensinam a conviver e tolerar a presença de pragas, doenças e danos que provocam enquanto não representam prejuízo econômico. Segundo o pesquisador da Embrapa Café, Mauricio Sergio Zacarias, tal tolerância tem o objetivo de preservar a ação do meio ambiente, principalmente dos inimigos naturais, permitindo que se tornem aliados à capacidade de recuperação natural das plantas.

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