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Transplantio mecânico de mudas traz agilidade e qualidade

Transplantio mecânico de mudas - Crédito  Paula Cristina Natalino Rinaldi

As transplantadoras são máquinas muito utilizadas em culturas hortícolas, florestais, assim como na cultura do fumo, em que as mudas que foram desenvolvidas em viveiros são transplantadas para o local definitivo.
Nesse sentido, as máquinas mais comuns são constituídas basicamente por um chassi, no qual são montados os elementos de plantio, como sulcadores para deposição da muda e do adubo; sistema de recobrimento e compactação da muda; sistema de acoplamento ao trator; e bancos para os operadores, no caso daquelas com alimentação semiautomática das mudas.
Algumas máquinas possuem chassi pantográfico, que permite à transplantadora acompanhar as irregularidades do terreno sem que haja alteração da profundidade de colocação das mudas e do adubo devido aos desníveis do solo.
Embora a maioria das transplantadoras tenha um sistema de alimentação semiautomática, já se encontram em comercialização no mercado nacional sistemas de alimentação com distribuição automática. Mas o principal problema desse sistema é a dificuldade em posicionar corretamente a muda na fase de alimentação.
Vantagens
O transplantio mecânico de mudas oferece várias vantagens para as culturas. Por exemplo, no caso das hortícolas, as sementes são pequenas, com formato irregular e tendem a aderir umas às outras.
Além disso, sem usar a técnica do transplantio, poderiam facilmente apresentar espaçamentos falhos ou duplos, causando maior infestação de plantas daninhas, desperdício de sementes e necessidade do desbaste de plantas excedentes ou do replantio.
Transplantio x qualidade das HFs
hqdefault (1)A precisão no plantio é um fator crucial para a qualidade das hortaliças, pois o tamanho da planta, da raiz ou do fruto é um elemento que define o valor comercial do produto. Tal parâmetro é extremamente afetado pelo espaçamento entre plantas.
O espaçamento entre plantas é essencial para garantir a qualidade do produto, o qual, no caso da alimentação semiautomática de plantas, depende unicamente da habilidade do operador em depositar a muda sempre no mesmo espaçamento.
Outra regulagem importante diz respeito ao ajuste correto da quantidade de solo que se juntará à muda. É preciso lembrar, ainda, da leve compactação ao redor dessa muda, pois um sulco sem o devido recobrimento pode ser o início de um processo erosivo.
Quando a alimentação é automática, ou seja, dispensa o operador, deve-se verificar o correto posicionamento de queda da muda no solo, para que esta tenha condições de se desenvolver e garantir a sua produtividade.
As práticas culturais de um processo de transplantio assemelham-se àquelas observadas no plantio que utiliza semeadoras ou plantadoras, como manejo do solo e da cultura e controle de plantas daninhas, insetos e doenças.
Um aspecto comum a todas as transplantadoras é a reduzida velocidade de trabalho do conjunto mecanizado (inferior a 2 km/h-1), em razão da necessidade de a muda ser depositada erguida no solo.
Ferramentas
As transplantadoras de alimentação manual ou semiautomática possuem como desvantagens a necessidade de mão de obra para fazer a individualização e a dosagem da muda, sendo que muitas vezes não se consegue padronizar a distância de plantio. A seguir, serão listados os princípios de funcionamento das máquinas encontradas no mercado.
As transplantadoras de alimentação por gravidade são de construção bem simples, sendo acionadas por um motor de combustão interna. Estas são direcionadas pelo operador por meio de um par de rabiças (pegas) e sustentadas por rodas.
O princípio de funcionamento se baseia na deposição de mudas em calhas pelo operador até a muda alcançar o sulco, previamente aberto por um elemento sulcador; posteriormente, as mudas são lateralmente recobertas por lâminas. A desvantagem desse tipo de equipamento é o grande espaçamento entre mudas, podendo ser ajustado em função da agilidade e prática do operador.
A transplantadora com alimentação de mudas no sulco é acoplada no levante de três pontos do trator, possuindo um chassi para fixação de sulcadores maiores e menores, responsáveis pela abertura do sulco e deposição das mudas pelo operador, respectivamente.
Os operadores vão retirando as mudas localizadas nas bandejas à sua frente e arqueando seu corpo para colocá-las nos sulcadores menores. Após a deposição da muda no solo, estas são recobertas e levemente compactadas. A posição do operador não é ergonômica, pois é preciso se curvar para depositar as mudas. Outro ponto a ser ressaltado é o fato de o espaçamento das mudas depender unicamente da habilidade do operador para depositá-las sempre no mesmo espaçamento.
Versões específicas
No chassi é apoiado um sulcador, um disco transplantador com braços radiais, acionados pelas rodas, que também fecham o sulco e compactam o solo junto às mudas. A alimentação das mudas é realizada por um operador sentado no chassi da máquina.As transplantadoras de mudas tipo automotriz de braços radiais são constituídas por um chassi. Nele está apoiado o motor que, por meio de correia e roda dentada, promove o deslocamento da máquina.
Enquanto isso, as transplantadoras de mudas tipo disco duplo flexível são constituídas por um chassi, no qual estão apoiados os discos flexíveis que, por sua vez, são acionados por rodas por meio de polias e correia. A abertura do sulco é realizada pelo sulcador, e o recobrimento lateral das mudas, por lâminas.
Existem também bancos para suportar o operador que faz a alimentação manual das mudas nos discos flexíveis. O contato entre eles se dá no ponto de colocação das mudas (a pressão deve ser calculada para não danificar as mudas, evitando o problema de esmagamento).
A desvantagem dessa máquina é a dificuldade de manter uniforme o espaçamento entre mudas, que depende, unicamente, da habilidade individual do operador.
Vale ressaltar que as transplantadoras de mudas com alimentação por fitas possuem alimentação automática baseada no dispositivo alimentador em forma de carretel (espiral), em que são colocadas as mudas fixadas com o auxílio de prendedores.
A estrutura principal é apoiada nas rodas compactadoras que acionam o carretel de mudas, sendo que o mecanismo transplantador é do tipo disco flexível. O carretel de mudas é previamente preparado pelo trabalhador e posteriormente montado na máquina. As desvantagens desse mecanismo são a montagem prévia e troca frequente dos carretéis, o custo elevado das fitas que se prendem nos carretéis e os danos às mudas.
Nas transplantadoras de mudas com alimentação por bobinas, as mudas são previamente preparadas e montadas num suporte que as transferem para um tambor alimentador que irá conduzi-las até o solo.
Capacidade operacional
A capacidade operacional das transplantadoras está relacionada ao sistema de alimentação de mudas. Aquelas consideradas semiautomáticas, ou seja, que necessitam da colocação das mudas no mecanismo distribuidor, possuem rendimento de duas mil a 3.500 plantas/linha hora. Com rendimento bem superior estão as automáticas, com capacidade de colocação de seis mil a 10 mil plantas/linha hora.
Custo-benefício
Pelo fato de o transplantio necessitar do cultivo inicialmente no viveiro para depois a muda ser colocada num local definitivo, há um acréscimo no custo em relação ao sistema de semeadura direta.
Porém, permite-se a produção de mudas vigorosas, em estágio fenológico mais avançado, sendo depositadas no solo. A muda bem formada suporta melhor a competição com agentes nocivos, sejam eles insetos, patógenos, plantas daninhas, entre outros, o que favorece a homogeneidade no cultivo e a realização de operações mecanizadas na área.
Um entrave para a adoção da técnica utilizando as transplantadoras pelos pequenos agricultores é o custo de aquisição, aliado à fonte de potência exigida do trator para tracionar tais máquinas. Esses agricultores possuem, na maioria das vezes, trator de rabiças, conhecidos popularmente como “tobata” ou “microtrator”.
Manual ou mecanizado?
Apesar de a decisão para adotar o plantio manual ou mecanizado geralmente ser realizada em função da capacidade operacional do conjunto mecanizado e dos aspectos econômicos da atividade, deve-se levar em consideração também a qualidade de plantio.
FONTE Paula Cristina Natalino Rinaldi
Professora do Instituto Federal (IF) do Sudeste de Minas Gerais
Cleyton Batista de Alvarenga
Professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Haroldo Carlos Fernandes
Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Fábio Júnio Silveira Flores
Graduando em Zootecnia no IF Sudeste de Minas Gerais
                                                                                 ARTIGO REVISTA CAMPOS E NEGOCIOS

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