Pular para o conteúdo principal

OS 5 MITOS SOBRE O CALCÁRIO AGRÍCOLA



1. A única função do Calcário é corrigir a acidez do solo. Mito!
Corrigir a acidez do solo é uma das principais funções do calcário, mas não a única! Tão importante quanto aumentar o pH é o fato de fornecer cálcio e magnésio, dois macronutrientes fundamentais para a estruturação física do solo, para a promoção da atividade microbiana, para o desenvolvimento das plantas e para a eficiência das adubações. Sem contar que essa é a forma mais barata de fornecer esses nutrientes às plantas.

2. PRNT maior é melhor e reage mais rápido. Mito!
O PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) é um indicador que define o quanto do calcário reage em três meses quando incorporado ao solo e sob disponibilidade hídrica adequada. Assim, se o PRNT for de 80%, pode-se inferir que, de maneira geral, 80% do calcário reagirão no solo em até três meses e os outros 20% reagirão posteriormente. Portanto, quanto maior o PRNT, maior o efeito no curto prazo e menor o efeito residual. Para culturas anuais isso pode parecer interessante, mas para culturas perenes nem tanto. Então, optar por PRNT maior ou menor é uma questão de estratégia. Como os cálculos de recomendação de calagem levam em consideração esse índice, todos os calcários são capazes de corrigir o solo em até três meses, o que muda é a quantidade necessária. Portanto, PRNT não é indicador de qualidade e sim de reatividade!

3. O Gesso substitui o Calcário. Mito!


O gesso não é corretivo de acidez do solo, pois é composto por sulfato de cálcio, que não tem Poder de Neutralização (PN). O principal papel do gesso é complexar o alumínio tóxico, principalmente aquele localizado em profundidades que o calcário tem dificuldade de atingir, por ser de baixa solubilidade. O gesso pode, ainda, servir como fonte de cálcio e enxofre.

4. Calcário é tudo igual, compre o mais barato. Mito!


Existem diversos tipos de calcário. Dependendo da localização da jazida, eles podem conter diferentes teores e proporções de cálcio e magnésio, podem ser de origem sedimentar ou metamórfica, ou ainda de origem marinha, como é o caso do calcário de concha. Além da origem e composição química, os calcários podem, após a moagem e beneficiamento da rocha, apresentar-se com diversas composições granulométricas. Todos esses fatores têm grande influência sobre a reação do calcário no solo. Assim, a escolha do calcário jamais deve ser feita apenas pelo preço ou valor do frete, mas sim pela necessidade dos solos e das culturas em relação a cálcio, magnésio, pH, reatividade e efeito residual.

5. Como faço Plantio Direto, posso aplicar o Calcário superficialmente mesmo, baseado na análise do 00-20 cm ou do 00-10 cm, que ele desce. Mito!

O calcário é um corretivo de baixa solubilidade. Portanto, a velocidade de reação depende de seu contato com as partículas do solo. Aplicá-lo em superfície, sem incorporá-lo, reduz ainda mais sua reatividade e dificulta a correção do perfil. Não que seu efeito não atinja camadas abaixo de 10 cm, mas isso acontece de forma demorada e em pequena escala, ou seja, até neutraliza um pouco da acidez e aporta um pouco de cálcio e magnésio, mas, na grande maioria das vezes, não chega a corrigir de fato o perfil. Com isso, em áreas de Plantio Direto, é comum que a fertilidade da camada de 10-20 cm seja bastante inferior a de 00-10 cm e esteja bastante aquém da ideal. Portanto, é fundamental que se monitore a fertilidade do perfil de forma estratificada e anualmente. Só assim é que se consegue planejar e executar a calagem mais corretamente, para que, com um manejo adequado, ela surta os efeitos desejados e as plantas respondam com desempenho.

Fonte:Laborsolo

Postagens mais visitadas deste blog

Depredação do patrimônio público escolar é CRIME e pode causar pena de detenção por até 6 meses

O que é Patrimônio Público segundo a Lei Nº 4.717/65? É o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta. Segundo a definição da lei, o que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer ele a um ente público – a União, um Estado, um Município, uma autarquia ou uma empresa pública. O que diz o Código Penal (Lei Nº 2.848/40) sobre Dano ao Patrimônio Público? Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima Pen...

Estádios fenológicos e marcha de absorção de nutrientes da soja.

Autoria:  OLIVEIRA JUNIOR, A. de; CASTRO, C. de Confira neste material:  Estádios fenológicos: fase reprodutiva (crescimento indeterminado e determinado); fase vegetativa. Marcha de absorção de nutrientes da soja: macronutrientes (nitrogênio, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e enxofre) e micronutrientes (Boro, manganês, cobre, zinco). Extração e exportação de macro e micronutrientes em diferentes cultivares de soja: BRS 184, SYN 1059, DM 6563 - Intacta RR2 PRO (tm).

Fitopatologia na Agronomia: Utilização de Câmara úmida para desenvolvimento de estruturas de patógenos

     Acadêmicos do 3° Ano de Agronomia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, nesta terça- feira receberam instruções sobre  preparar a câmara úmida para o desenvolvimento de fitopatógenos na superfície da planta hospedeira e métodos de isolamentos de microrganismos.    A atividade foi realizada para atender à carga horária prática da disciplina de fitopatologia, ministrada pela Professora Wanderléia Rodrigues. SAIBA MAIS  1-Câmara úmida Objetivo: expor o material vegetal a um ambiente úmido para que ocorra o desenvolvimento das estruturas do patógeno na superfície da lesão. Qualquer parte da planta (folha, flores, ramos, etc) pode ser acondicionada em um recipiente (sacos plásticos, caixa plástica, placa de Petri, etc) fechado contendo um algodão ou papel umedecido com água. O interior do recipiente ficará úmido e assim estimulará o crescimento das estruturas do patógeno na lesão do material ...