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Espaçamento adensado do algodão atrai produtores

FotosShutterstock
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O cultivo adensado de algodão, tecnologia conhecida internacionalmente por “Ultra Narrow Row Cotton, UNRC”, ou seja, algodão em linhas ultra estreitas, tem potencial para melhorar a produtividade e/ou a precocidade, reduzir custos de produção e riscos da atividade. Trata-se de uma tecnologia difundida em áreas marginais do Cotton Belt americano e da Austrália, e que foi intensivamente estudada no Brasil a partir do final da década de 90.
O cultivo adensado compreende o espaçamento das linhas de plantio inferior a 20’ (20 polegadas = 50,8 cm), chegando-se a até 10’ (25,4cm) ou menos, com altas populações, acima de 250.000 plantas/ha.
O conceito de algodão adensado é muito antigo (até secular), mas viabilizou-se recentemente com o surgimento de herbicidas pós-emergentes para folhas largas. Foi muito beneficiado também pelo lançamento de cultivares transgênicas resistentes a herbicidas, assim como pelo avanço no conhecimento sobre uso precoce de regulador de crescimento e, ainda, pela evolução no desenvolvimento/adaptação de colheitadeiras do tipo “stripper”.
Pesquisa
Mais recentemente, os trabalhos de pesquisa com algodão adensado foram realizados no Paraná visando reduzir o ciclo da cultura e, consequentemente, o período total de abertura dos capulhos, para diminuir os riscos de perda de qualidade do algodão devido à exposição prolongada de algodão aberto às chuvas e com problemas na mecanização da colheita.
Nesses primeiros trabalhos foi possível observar o benefício do sistema adensado, com redução do ciclo e, como consequência, a redução do custo de produção, pela menor necessidade de aplicação de defensivos e menores intervalos de exposição do algodão aberto às intempéries climáticas. Entretanto, a grande dificuldade do ajuste no sistema adensado no Estado do Paraná foi de não encontrar cultivares mais precoces, de ciclo determinado da cultura e ainda de encontrar período chuvoso durante a abertura do algodão.
Redução de custo
Em Mato Grosso, em função da crise que assolou a cotonicultura antes de iniciar a safra 2008/09, liderados pela AMPA (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) e IMAmt (Instituto Mato-grossense de Algodão), foram realizadas discussões intensas, estruturando trabalhos de pesquisa e de experimentação, inclusive a nível de produtores, para gerar informações sobre o cultivo adensado, identificando as suas vantagens e desvantagens, de modo a viabilizar o sistema.
O aspecto mais atraente do algodão adensado residiu nos baixos custos de produção do sistema e, consequentemente, na maior margem de lucro. No primeiro momento foi visualizada redução do custo da colheita também em função do uso da colhedora do tipo “cotton-stripper” (entre 30 a 50% do custo de uma “cotton-picker”).
Com a possibilidade de redução do ciclo no sistema de cultivo adensado, cresceu o interesse dos produtores em realizar o cultivo deste sistema na “safrinha”, ou melhor, numa segunda safra com plantio de algodão até o mês de fevereiro de cada ano, após a colheita de soja ou de milho.


















 Fotos Shutterstock
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Entre um e outro
O sistema “picker” é superior em relação à qualidade do algodão colhido (mais limpo), a qual é exigida pelo mercado. Os modelos melhorados de “stripper” foram desenvolvidos ou aprimorados pelos fabricantes para reduzir ainda mais as perdas e melhorar a retirada de impurezas, sem, contudo, atingir a qualidade do algodão colhido no sistema “picker”, exigindo adaptações nas usinas de descaroçamento que acabaram não ocorrendo.
Com estas duas questões na produção de algodão, o adensado, que atingiu 123.418 ha na safra 2010/11, assistiu depois desta safra queda constante, notadamente pelo ajuste que ocorreu na produção de algodão na “safrinha” em sistema convencional, com espaçamento de 76 a 90 cm, que hoje ocupa 84,12% da área plantada de algodão em Mato Grosso, na safra 2015/16.
Para ser mais eficaz e assegurar a qualidade, a colheita no sistema “stripper”, além de melhorar a limpeza no sistema, necessita de formação de plantas caracterizadas, como: “short, slender, clean anddry”, ou seja, plantas de pequeno porte (até 1 metro de altura), com hastes finas (cilíndricas), limpas (bem desfolhadas) e secas.
O lançamento de herbicidas pós-emergentes seletivos e das cultivares transgênicas resistentes a herbicidas poderá ser um instrumento importante para a consolidação do plantio adensado, assim como o uso precoce de fitorregulador.
Convencional x adensado
Atualmente, com a produção de algodão cultivado mecanicamente em toda sua etapa, o espaçamento utilizado é aquele exigido pelas colheitadeiras de algodão. A predominância destas máquinas de fusos trabalha com espaçamentos entre 0,90 a 0,76 cm entrelinhas.
O plantio adensado mais utilizado é com espaçamento de 45 a 50 cm, utilizando semeadora de soja para seu plantio.




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