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6 pragas que mais causam prejuízos na cultura da soja




A soja é uma cultura que tem sido atacada por várias pragas, que pode ocorrer durante todo o seu ciclo. Mais de 300 espécies de insetos já foram relatados alimentando-se nas lavouras ou nos grãos armazenados.

Porém, as principais pragas da soja são menos de dez, as demais são consideradas de valor secundário para a cultura. As condições ambientais, a época do ano e a presença de inimigos naturais são fatores determinantes para a ocorrência de uma espécie em maior população que outra.

O controle de pragas da cultura visa evitar o incremento da população e que se alcance o chamado nível de dano econômico, que é o ponto em que o ataque da praga começa a causar prejuízos econômicos ao produtor. O controle deve ser feito utilizando-se os princípios de Manejo Integrado de Pragas (MIP). 

TOP 6
Anticarsia gemmatalis, Lagarta-da-soja.  Dentre os insetos que atacam a folha da soja este é o mais comum. A lagarta possui coloração verde, com três listras brancas dispostas longitudinalmente no dorso, com quatro falsas pernas. Em condições de altas infestações ou escassez de alimento torna-se escura. Sua ocorrência é maior entre novembro e março, e seu pico populacional dá-se em janeiro e fevereiro, conforme a região.

O seu ciclo biológico total é de 33 a 34 dias e podem ocorrer quatro a seis gerações anuais. O adulto faz sua postura à tardinha e à noite na parte inferior das folhas e tem coloração verde-clara.

A desfolha causada pela lagarta-da-soja pode chegar a 100% se não controlada a tempo.



Lagarta-da-soja em condições normais de alimentação, com sua coloração típica (A). Lagarta da soja em condições de estresse, no caso alta população, com coloração escura (B).


Pseudoplusia includens, Lagarta-mede-palmo. De coloração verde-clara, com listras brancas no dorso, apresenta pontos escuros no corpo, com dois pares de falsas pernas. Desloca-se pelas folhas como se estivesse “medindo palmo”, daí a sua denominação. Alimenta-se de folhas, mas não das nervuras, conferindo-lhes aspecto rendilhado.

Os danos causados por ela são inferiores aos da lagarta-da-soja, mas uma vez que as duas ocorrem na mesma época, essa praga é considerada praga principal. Sua ocorrência predomina no Paraná e em São Paulo, com picos populacionais maiores de dezembro a fevereiro.



Movimento típico de caminhamento de P. includens, que lhe confere o nome popular de mede-palmo (A). Aspecto rendilhado da folha devido ao fato da lagarta alimentar-se apenas do limbo e não das nervuras (B).


Epinotia aporema, Broca-das-axilas. Até pouco tempo, era considerada praga secundária da soja. Fatores atribuídos à expansão da área de plantio e a introdução de novos cultivares levou ao aumento da sua incidência.

As lagartas são pequenas, de coloração verde-esbranquiçada, e, à proporção que crescem, tornam-se amareladas, com o corpo transparente.

A lagarta penetra pelo caule através das axilas dos brotos terminais na base do pecíolo, antes que estes se desenvolvam totalmente. Alimentam-se da parte interna dos folíolos e dos caules. Isso leva à morte ou deformação dos órgãos atacados.



Epinotia aporema na fase inicial da larva, mostra coloração verde bem clara, quase transparente (A). Broca-das-axilas no estágio larval mais avançado com coloração já amarelada (B).


Nezara viridula, Percevejo-verde. É um inseto da ordem hemíptera, possui outras denominações populares como maria-fedida e fede-fede. Ataca outras culturas além da soja.

O adulto tem cerca de 15 mm e é verde. Os ovos, de coloração amarela, são postos na face interior das folhas, dispostos na forma de colméia. Os jovens, também chamados de ninfas, têm inicialmente coloração escura com pontuações brancas e, mais tarde, tornam-se verdes com pontuações amarelas e vermelhas.

Sugam a seiva dos ramos e das vagens das plantas. Nesse processo, injetam toxinas na planta que lhe causam distúrbios fisiológicos, chamados retenção foliar ou soja louca.Com isso as folhas não caem, afetando assim a colheita, além de as vagens ficarem chochas.



Adulto de maria-fedida, notam-se pontuações de cor clara no dorso do inseto que também podem ser avermelhadas (A). Postura de ovos de N. viridula, nota-se a forma hexagonal com que os ovos são dispostos, como se fossem uma colméia (B).


Piezodorus guildinii, Percevejo-pequeno. É também conhecido como percevejo-verde-pequeno e provoca danos semelhantes aos do percevejo-verde.

O adulto, de aproximadamente 10 mm, tem coloração verde amarelada, com uma faixa marrom na parte dorsal do tórax. Os ovos de coloração escura são postos em filas duplas, de preferência nas vagens, em torno de 10 a 20 por postura.

As ninfas no início apresentam coloração verde com manchas vermelhas e pretas no dorso. Os danos são similares aos causados pelo percevejo-verde.



Adulto de P. guildinii, nota-se a faixa marrom na parte dorsal do tórax próximo à cabeça (A). Ninfas em dois estágios diferentes do ciclo de vida (B).


Euschistus heros, Percevejo-marrom. Seus danos à cultura são semelhantes aos dos outros percevejos já descritos.

O adulto tem coloração marrom-escura, formato quase triangular com prolongamentos laterais do pronoto, na parte superior do corpo, semelhantes a espinhos. Apresentam uma meia-lua branca no fim do escutelo.

Os ovos são postos sobre folhas e vagens, em forma de massas amareladas de ovos com cinco a oito. As ninfas são de coloração clara logo após a eclosão e, mais tarde, bem maiores, com o abdômen de coloração verde-clara, com duas manchas escuras no dorso.

Ainda podemos dizer que esse percevejo tem importância maior em regiões de temperaturas elevadas e nos estados de latitudes mais baixas.



Adulto de E. heros detalhe do prolongamento do pronoto, na forma de espinho.

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