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Cultivo em substrato é alternativa para a semi-hidroponia

George Wellington Bastos de Melo
Doutor em Ciências do Solo e pesquisador da Embrapa Uva e Vinho
Adriane Regina Bortolozzo
Doutora em Irrigação e Drenagem e pesquisadora da Embrapa Trigo
Leandro Vargas
Doutor em Produção Vegetal e pesquisador da Embrapa Trigo

Crédito Van Der Hoeven
Crédito Van Der Hoeven
O substrato serve como suporte, onde as plantas fixarão suas raízes, retendo o líquido que disponibilizará os nutrientes às plantas. Um substrato, para ser considerado ideal, deve apresentar características como:
Ø Elevada capacidade de retenção de água, tornando-a facilmente disponível;
Ø Distribuição das partículas de tal modo que, ao mesmo tempo que retenham água, mantenham a aeração para que as raízes não sejam submetidas a baixos níveis de oxigênio, o que compromete o desenvolvimento da cultura;
Ø Decomposição lenta;
Ø Que seja disponível para a compra;
Ø Baixo custo.
Opções
Existem vários tipos de compostos que podem ser utilizados para a formulação de substratos para o cultivo semi-hidropônico. Dentre eles, pode-se destacar:
ð Casca de arroz carbonizada;
ð Mistura com diferentes porcentagens de casca de arroz carbonizada + casca de pinus;
ð Mistura, em diferentes porcentagens, de casca de arroz carbonizada + turfa + vermiculita, entre outros.
Alguns destes são materiais orgânicos (casca de arroz, turfa e húmus) e outros, minerais (vermiculita e perlita).
Casca de arroz carbonizada
A casca de arroz carbonizada tem sido mais utilizada como substrato, pois é estável física e quimicamente sendo, assim, mais resistente à decomposição. Essa característica oferece a vantagem de o substrato poder ser usado num segundo ano de produção. Porém, apresenta alta porosidade, que pode ser equilibrada com a mistura de outros elementos (turfa, húmus, vermiculita, etc.).
Turfa
A turfa é um material de origem vegetal. Pesa pouco e tem elevada capacidade de retenção de água. Para ser usada como mistura em substratos, deve ser picada. Possui elevada capacidade de troca catiônica (CTC), e valores de pH que variam de 3,5 a 8,5.
Vermiculita
A vermiculita é um mineral com a estrutura da mica, que é expandida em fornos de alta temperatura. É utilizada devido à sua alta retenção de água, elevada porosidade, baixa densidade, alta CTC, e pH em torno de 8,0.
O substrato serve como suporte, onde as plantas fixarão suas raízes - Crédito Luize Hess
O substrato serve como suporte, onde as plantas fixarão suas raízes – Crédito Luize Hess
Perlita
A perlita é obtida do tratamento térmico que se aplica à rocha de origem vulcânica (grupo das riolitas). Sua porosidade é alta e retém água em até cinco vezes o valor do seu peso; seu pH fica entre 7,0 e 7,5. Pode ser misturada a outros elementos, como a turfa e a casca de arroz carbonizada. Sendo um material obtido de lavas vulcânicas, o mesmo não é produzido no Brasil. Isso faz com que se opte por compostos encontrados com facilidade no mercado interno.
Diferentes compostos e composições têm sido motivo de pesquisa. O que se busca é a adequação de um substrato ideal; ou seja, que apresente as características recomendadas no início deste tópico.
Acondicionamento do substrato

O substrato deverá ser acondicionado em embalagens de filme tubular, preferencialmente branco, disponível no mercado com 0,3 m de largura x 500 m de comprimento. Embalagens claras ajudam a evitar o aquecimento da água e, consequentemente, do substrato em seu interior, evitando que as raízes sofram algum dano devido à elevação da temperatura em dias quentes.
As embalagens para o acondicionamento do substrato podem variar quanto ao tamanho e, consequentemente, ao número de plantas que o mesmo suportará. Os tamanhos mais utilizados são de 0,3 x 1 m de comprimento e 0,3 x 0,35 m, para comportar oito e quatro plantas, respectivamente.
As embalagens do sistema de irrigação por microgotejamento, após ser colocado o substrato, possuem as seguintes dimensões: 0,3 x 0,35 x 0,10 m. O volume de substrato que cada embalagem acondiciona é de, aproximadamente, 8 L (ou 0,008 m³).

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