Pular para o conteúdo principal

Lavouras de milho perdem espaço para as de soja no Paraná

As lavouras de soja estão avançando sobre terras que antes eram ocupadas pelo milho no Paraná. O estado é responsável por 20% do milho brasileiro. Até uma década atrás, a maior parte da safra era colhida no verão, num sistema de rotação com a soja. O restante vinha da chamada safrinha, feita no inverno. Entretanto, nos últimos anos, a situação se inverteu. Entre 2014 e 2015, quase 70% da produção paranaense foi colhida na safrinha.
Nesse verão, o Paraná deve plantar pouco mais de 440 mil hectares de milho – 18% menos do que em 2014. É a menor área cultivada com o grão no estado, desde que se tem registro. “O agricultor tem sua terra, ele planta, ele investe, vê os custos de produção. O que ele quer ver no final: rentabilidade. Então, comparando soja com milho, a cada ano que passa diminui a área de milho plantada na nossa região porque não está compensando para o produtor”, explica o técnico do DERAL Jovelino Pertille.

Na fazenda de Carlos Zuquetto, em Catanduvas, no oeste do estado, não há sequer um pé de milho plantado. Os 720 hectares da propriedade estão ocupados com soja. Agrônomo de formação, Carlos conta que por 35 anos seguiu à risca o que a pesquisa recomenda – plantar milho em 30% da área e soja no restante. Entretanto, nos últimos tempos, o bolso dele fala mais alto do que a técnica.
“A viabilidade hoje tem mostrado cálculos, por mais que você faça, que o soja dá muito mais rendimento, tem muito mais liquidez, venda futura e movimentação muito menor com rendimento maior”, explica.
Carlos tem um controle rígido das contas da fazenda e explica que, nessa região do Paraná, na hora de vender a safra aos preços atuais, num hectare de milho, ele consegue perto de R$ 800 de lucro. Com a soja ele ganha líquido cerca de R$ 2.500. “Economicamente, para você ter o seu negócio sempre crescendo e tendo dinheiro que precisa para seus investimentos, mostra que você não tem condições de plantar milho. Enquanto o soja estiver nesses preços será assim.”
Em outra fazenda, em Cascavel, vive Jonas Frisk. Ele ainda planta milho no verão, mas vem reduzindo a área gradativamente. Ele cultiva, no total, 380 hectares e esse ano plantou 60 hectares de milho. O agricultor explica porque continua plantando milho: “porque tem que fazer a rotação de cultura, né? Ajuda muito na safra seguinte do soja. O resultado é bem expressivo.”
Os técnicos alertam que deixar de fazer a rotação de cultura pode trazer prejuízos para o agricultor. É que o plantio alternado de soja e milho na mesma área, dentro da mesma safra, melhora as características físicas,  ajuda a descompactar o solo e também reduz a incidência de pragas e doenças. Carlos sabe disso, mas está disposto a correr o risco.
“Eu tenho poupança no solo vamos dizer assim, armazenada, que me permite. Mas agora eu não tenho dúvida nenhuma de que agora eu estou buscando a partir do ano que vem, na próxima colheita dessa soja que eu estou plantando, algo para eu poder contornar pra essa situação que eu estou dando para a terra que não é tão adequada”, fala.
É bom lembrar que o Paraná está diminuindo a produção de milho na safra de verão, mas como a segunda safra vem crescendo, a produção anual paranaense é estável.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Depredação do patrimônio público escolar é CRIME e pode causar pena de detenção por até 6 meses

O que é Patrimônio Público segundo a Lei Nº 4.717/65? É o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta. Segundo a definição da lei, o que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer ele a um ente público – a União, um Estado, um Município, uma autarquia ou uma empresa pública. O que diz o Código Penal (Lei Nº 2.848/40) sobre Dano ao Patrimônio Público? Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima Pen...

Estádios fenológicos e marcha de absorção de nutrientes da soja.

Autoria:  OLIVEIRA JUNIOR, A. de; CASTRO, C. de Confira neste material:  Estádios fenológicos: fase reprodutiva (crescimento indeterminado e determinado); fase vegetativa. Marcha de absorção de nutrientes da soja: macronutrientes (nitrogênio, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e enxofre) e micronutrientes (Boro, manganês, cobre, zinco). Extração e exportação de macro e micronutrientes em diferentes cultivares de soja: BRS 184, SYN 1059, DM 6563 - Intacta RR2 PRO (tm).

5 Melhores Apps para uso na área Florestal

1- C7 Relação H/D  O Aplicativo C7 Relação H/D – Relação Hipsométrica - opera com os dados de altura e diametro obtidos e registrados no aplicativo de levantamentos de dados I, e procede o ajuste a modelos de regressão  com cálculos de coeficientes da regressão e outros como coeficiente de determinação (R2), erro padrão da estimativa (Sxy).  Estão pré-definidos 12 modelos que comumente são utilizados em tais levantamentos.       A partir da seleção de um modelo ajustado e com a inserção de dados de DAP, o programa calcula a estimativa de alturas de árvores localizadas na área amostral onde foi estabelecida a relação hipsométrica. https://play.google.com/store/apps/details?id=crcampeiro.florestal&feature=search_result 2- Aplicativo C7 LDFP O Aplicativo C7 LDFP - Levantamentos de Dados I – Florestas Plantadas  possibilita: a) Cadastro de Espécies Florestais Exóticas(Plantadas) b) Cadastro de Projetos de Le...