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Ela foi à Antártica pilotando um trator que carregava sonhos

trator_massey_fergusson_antartica_manon_ossevoort (Foto: Divulgação/Massey Fergusson)





FONTE GLOBO RURAL - Sonhando em ir mais longe, Manon Ossevoort deixou o vilarejo onde nasceu no interior da Holanda e se mudou para a capital, Amsterdã. A história seria banal, como a de milhões de indivíduos que partem em busca de seus sonhos, não fosse por um detalhe: ela literalmente foi além de sua imaginação e viajou até a Antár​tica a bordo de um trator.
A aventura fez com que a atriz holandesa se tornasse a primeira mulher chegar ao Polo Sul dessa maneira. “Realizar seus sonhos às vezes pode levar um certo tempo”, se diverte Manon, que falou com Globo Rural durante o Paris International Agribusiness Show (Sima), em fevereiro.
História real
Ainda pequena, na cidade de Vriezenveen, no leste da Holanda, Manon percebeu que seu caminho era o teatro. Orientada por um professor, ela se mudou para Amsterdã, onde começou a inventar histórias. Aos 24 anos, criou uma personagem, uma menina, que viajava até o fim do mundo a bordo de um trator. “O trator está na minha história porque remete à minha história no interior da Holanda.”
A inspiração foi além do papel. “Aos poucos, percebi que essa história era apenas engraçada ou assustadora, e que ela precisava ir além e ser realizada. O trator simboliza fazer isso. Eu queria inspirar as pessoas”, revela. "Falei com um navegador que trabalhava em umnavio quebra-gelo e ele disse: ‘se você chegar à Cidade do Cabo em um trator eu te levo até a Antártica’”, relembra.
Determinada, ela arranjou um trator, saiu da Holanda e cruzou toda a Europa em direção aos Bálcãs. O ano era 2005. No Kosovo resgatou um cachorro e ambos seguiram para a África numa aventura que, em parte, lembra a do filme Uma história real (1999), do diretor norte-americano David Lynch, em que um homem cruza os Estados Unidos a bordo de um cortador de grama para reencontrar o irmão.
trator_massey_fergusson_antartica_manon_ossevoort (Foto: Divlugação/Massey Fergusson)
Na África, a “garota do trator”, como Manon já estava sendo chamada, foi recolhendo os sonhos das pessoas que encontrava pelo caminho. "Eu tinha histórias muto bonitas de muitas pessoas, eu acredito que o mundo precisa de histórias positivas", diz.
Entre seu próprio sonho e a realidade, porém, houve alguns problemas. “O trator era muito lento”, conta Manon, com uma tranquilidade incrível. “Quase quatro anos depois da partida eu cheguei ao Cabo da Boa Esperança com milhares de sonhos das pessoas escritos em pedaços de papel, mas eu perdi o navio".
Sempre otimista, ela voltou à Holanda para escrever um livro infantil e passou a ministrar palestras sobre a experiência. Inquieta, continuava pensando em um jeito de retomar a viagem. Foi quando se lembrou de sir Edmund Hillary (1919 – 2008). Entre as façanhas do explorador neozelandês, ele foi o primeiro homem a escalar o Monte Everest, na Cordilheira do Himalaia. Além disso, em 1958 integrou uma expedição britânica que cruzou o Polo Sul. “Eu sabia que Edmund tinha usado um trator da Massey Fergusson e pensei: talvez eles tenham coragem”.
O santuário dos sonhos
Manon contatou a fabricante e, logo, conseguiu o que queria. Agora, além do trator, chamado Antártica 2, teria também uma equipe com 7 pessoas para ajudá-la a, enfim, chegar ao fim do mundo.
Quando pisou o chão gelado do continente, Manon ainda percorreu cerca de 2.160 quilômetros durante dezesseis dias, a uma temperatura média de 23 graus negativos. Em dezembro de 2014, depois de 38 mil quilômetros, ela finalmente estava Polo Sul geográfico. “Eu chorei um pouco e pensei: ‘eu fiz’. Eu estava muito feliz e emocionada”.
manon_ossevoort_trator_massey_fergusson_sima_paris (Foto: Vinicius G. Arruda/Ed. Globo)
Manon então dediciu pegar todos aqueles pepeis e seguir adiante. “Voltei à natureza, onde havia apenas neve geloe belezas naturais”. No santuário, ela depositou os sonhos recolhidos ao longo de nove anos. “Eu queria que, no futuro, as pessoas vissem o que as pessoas de agora sonharam, não apenas histórias sobre política e economia, mas o que elas desejaram para suas vidas”.
Em um momento em que a inspiração para a realização dos nossos sonhos é ofertada de mil maneiras diferentes em cada esquina, a história de Manon Ossevoort é um exemplo acabado de como vale, sim, correr atrás do que parece impossível. "Se você tem sonhos, se você quer fazer alguma coisa, talvez não aconteça tão rápido, mas se você persistir e não se esquecer do amor, você não vai esquecer", ensina a "garota do trator".
* O jornalista viajou a convite do Sima. 

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