Professores Antonio Zanfolim (de óculos), Aguinaldo Lenine e bolsistas do projeto
Pesquisa desenvolvida no curso de
Engenharia Ambiental da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)
mostra que é viável agregar resíduos de garrafas PET na produção de blocos de
concreto e pavers (peças pré-moldadas
de concreto destinadas à pavimentação). Na produção dos artefatos foram
substituídos 15% da quantidade de areia por pó de garrafas.
A motivação do trabalho veio por
que, estima-se, há no Brasil um consumo anual de aproximadamente 250 bilhões de
unidades PET. Deste total, cerca de 4,7 bilhões são lançadas
indiscriminadamente no meio ambiente e 294 mil toneladas são recicladas
anualmente, segundo dados do 9º Censo da Reciclagem do PET – realizado pela
Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET).
O estudo foi coordenado pelos
professores Aguinaldo Lenine Alves, Antonio Aparecido Zanfolim e Rony Gonçalves
de Oliveira, além de dez acadêmicos do curso de Engenharia Ambiental da UEMS.
“O estudo em questão levou dois anos. Porém, estamos estudando novas análises
neste material, como, por exemplo, medidas granulométricas e análises térmicas.
Também iniciamos o processo de patente”, explica Aguinaldo Lenine Alves, para
quem os testes iniciais apresentaram “resultados animadores” para resistência
mecânica, porosidade e absorção de água. Os artefatos produzidos na pesquisa
obtiveram classificação C, com função
estrutural para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.
Premiação em 2012
A pesquisa que usa resíduos de
garrafa PET em fabricação de blocos de concreto começou substituindo 5% de
areia por resíduos triturados de garrafas PET. Os resultados estimularam o
aumento do percentual para 10% e, em seguida, para 15%. “Na sequência da
pesquisa, vamos testar percentuais maiores”, diz Aguinaldo Lenine Alves, cuja
próxima meta é também atrair fabricantes de artefatos de concreto para testar
os produtos no mercado.
“Na primeira fase da pesquisa,
apenas uma indústria aceitou fazer os testes dos corpos de prova e de
conformidade. Já as medidas de resistência mecânica, absorção de água e
porosidade foram realizadas no Laboratório de Caracterização Mecânica do Centro
de Pesquisa em Materiais (CEPEMAT) da UEMS”, completa.
O grupo que testa resíduos
triturados de garrafas PET também desenvolve outro projeto: incluir o material
substituto da areia em telhas de argamassa e lajotas de concreto. “O objetivo é
projetar lajotas para calçamentos de passeios públicos, incorporadas com
resíduos plásticos”, revela Aguinaldo Lenine Alves.
A equipe da UEMS tem expertise em
pesquisar agregados alternativos. Em 2012, a universidade ganhou uma premiação
nacional pelo desenvolvimento de microconcretos que incorporaram cinza da palha
de arroz. “Atualmente também estamos desenvolvendo pavers agregando cinza do bagaço da cana e borracha de câmara de
ar”, finaliza o pesquisador.
Fonte: Altair Santos, jornalista do Portal Massa Cinzenta - veículo de divulgação de pesquisa científica
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