Por mais que o estudante não tenha dúvidas quanto à
profissão que escolheu, sempre permanecem incertezas quanto ao mercado de
trabalho. Será que a concorrência é grande? Existem vagas para todos os que se
formam? Em uma das grandes áreas do conhecimento, porém, esses questionamentos
não são (ou não precisariam ser, pelo menos) tão intensos. Para as Ciências
Agrárias, o "campo" de trabalho é gigantesco. São mais de 8,5 milhões
de quilômetros quadrados de área no Brasil, boa parte deles utilizado para a
agricultura.
Para se ter uma idéia da importância do setor para a
economia brasileira, até maio deste ano o PIB do agronegócio apresentou
crescimento de 5,6%. No mesmo período, o índice que inclui todas as áreas da
produção nacional (como comércio, indústria e serviços) cresceu apenas 1,6%.
"No Brasil, esse resultado vai se manter por muitos anos. Nossa tendência
é fortalecer cada vez mais o agronegócio. E isso favorece bastante o mercado de
trabalho", complementa o coordenador do Centro de Ciências Agrárias da UFV
(Universidade Federal de Viçosa), Geraldo Antonio de Andrade.
Com o setor "empolgado", o mercado de trabalho
passa por um bom momento. Mas, como em qualquer outra área, isso não se estende
a todos os profissionais. "O estudante de Agrárias precisa estar preparado
para apostar no empreendedorismo. Hoje não há mais emprego como antigamente. O
grande empregador era o governo, que hoje já não gasta tanto com isso",
alerta Andrade. A grande vantagem, neste sentido, é a multidisciplinaridade de
área, que combina conhecimentos de biológicas com exatas e até de humanas.
Vale lembrar que a área de Agrárias é bastante ampla.
Inclui, por exemplo, profissões como Medicina Veterinária, Agronomia,
Administração com Ênfase em Agronegócios e Zootecnia. Isso reflete, de certa
maneira, na formação acadêmica, que oferece conhecimentos em biológicas,
matemática, química e física. Portanto, se você pretende ingressar em algum
curso de Ciências Agrárias, esteja preparado para não se delimitar ao
estereótipo de determinadas profissões. Em veterinária, por exemplo, muito mais
do que cuidar de pequenas mascotes, o profissional pode se especializar em
produção pecuária.
"Dentro da área de agrárias, o currículo é muito
flexível. Se um aluno do curso de agronomia, por exemplo, perceber uma
tendência maior para o agronegócio, ele pode se afunilar mais para o lado da
economia. É uma área que dá uma amplitude muito grande para o estudante",
afirma Andrade. Com um perfil mais versátil, o profissional de agrárias pode se
preparar para atuar tanto na produção, como na manutenção ou mesmo no
relacionamento empresarial do setor. Assim, não se preocupe, antes de ingressar
na universidade, com a delimitação da sua carreira.
Mas se prepare, logicamente, para enfrentar dificuldades e
mudar o curso da carreira, se for preciso. "A vantagem das agrárias é que
o campo de trabalho é vasto. Existem pessoas formadas em agronomia que
trabalham com economia ligada à agricultura e competem com economistas",
explica Camargo. "É preciso combinar uma formação básica sólida com jogo
de cintura para se adaptar às necessidades do mercado. Em cinco anos, tempo de
duração do curso, tudo muda. O aluno tem que ser formado para se adaptar às
variações que podem surgir", finaliza Andrade.
Fonte Universia
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