Quem
pelo menos uma vez não pensou em deixar de estudar para aquela prova
dificílima, ou disse para si próprio que estudaria no dia seguinte
(geralmente domingo, dia antes da prova), só para não perder aquela
super festa da faculdade, onde todos seus amigos e amigas estariam, e
também aquela(e) paquera, que há tempos você esperava por uma
oportunidade para se aproximar.
Durante meus 4 anos de graduação em uma
faculdade conceituada de São Paulo, e ao mesmo tempo das mais badaladas
da cidade, a ESPM, famosa por suas festas (muito top diga-se de
passagem), passei muitas vezes por esse dilema, festa, estudar, prova,
trabalho…
Agora, já formado em administração com
especialização em marketing, e atualmente cursando minha segunda
faculdade, engenharia civil, consigo ver as situações de uma forma
diferente de quando era um mero calouro empolgado por ter entrado na
faculdade. Enxergo muitas vezes as pessoas na faculdade, igual a mim no
passado, me vejo neles em algumas situações. A diferença é que, agora
felizmente consigo visualizar as responsabilidades e tenho meus
objetivos bem definidos, mas todo esse processo fez e faz parte do
constante amadurecimento de todos nós, hoje dou muito mais valor ao que
me comprometi a fazer.
Experiências a parte, tenho certeza que a
maioria dos alunos, sejam de engenharia ou qualquer outro curso, já
tiveram sua vida e desempenho acadêmico afetados pela oportunidade de
uma festa ou cervejada, principalmente no início do curso, e que lhe
rendeu uma nota baixa naquela prova, justamente daquela matéria, daquele
professor, e que, depois da tão esperada festa, você talvez tenha se
arrependido de não ter aberto mão para estudar, o que acabou
contribuindo com parcela de culpa para aquela famosa DP (reza a lenda
que não exista aluno de engenharia que nunca tenha pego uma. Eu ainda
não peguei e tenho como meta pessoal me formar sem nenhuma no
currículo!)
As festas, ao meu ver fazem parte da vida
universitária, vale a pena ir em pelo menos uma durante essa fase, mas
que seja de forma consciente, para que não interfira no seu rendimento,
até porque todos sabemos que nosso curso é pesado e às vezes chega a ser
maçante. Quem diz que não precisa de uma distração, além de dormir, me
desculpe, mas está mentindo. Nosso corpo, nossa mente, para voltar a
funcionar e assimilar matérias, fórmulas (que não são poucas), depois
longas horas de estudo, precisa de descanso, distração… Diversão.
Um conselho que posso dar, agora já com
outra visão, é que os jargões populares “viva intensamente”, “curta a
vida que é só uma”, “aproveite a melhor fase da sua vida”, são frases de
pessoas acomodadas e imaturas, que não tem objetivos de vida, e acham
que tem. De que vale aproveitar agora tudo o que pode, e no futuro não
ter condição de sustentar a si próprio? É preciso ter auto controle e
saber ponderar as coisas agora enquanto jovens, não se contentar em ser
simplesmente mais um engenheiro, o mercado brasileiro necessita sim de
60 mil profissionais por ano, mas profissionais qualificados, que
realmente tenham embasamento técnico e experiência para prática da
profissão, que honrem as responsabilidades que a eles são atribuídas,
para que no futuro, ai sim possa usufruir de todo o esforço de agora e
colher os frutos das noites mal dormidas (estudante de engenharia
dorme?) e todas as coisas boas que nossa (futura) profissão nos
proporciona.
Uma coisa que aprendi por passar na pele, é
que não devemos optar pelo caminho mais fácil, pelos atalhos para
chegar onde achamos que iremos chegar um dia, mas sim, ter coragem de
seguir, persistir e enfrentar as dificuldades do caminho mais longo e
difícil, pois sim, é esse o caminho para o sucesso e realização, que com
toda a certeza, será o mais gratificante no futuro…
Se você tem um sonho, um objetivo, vá e
lute por ele, muitas pessoas estarão prontas para te dizer que você é
louco de fazer isso ou aquilo, prontas para te “desincentivar”,
desanimar. Eu mesmo, desisti três vezes da minha decisão de cursar a
segunda graduação, por pensar somente nas dificuldades, provas, TCC,
tudo de novo, e só na quarta vez comecei a pensar diferente, que se eu
ficasse pensando dessa forma nunca estaria preparado para enfrentar as
dificuldades e desafios da vida. Fui na sexta-feira, no último horário
da última chamada fazer matrícula e as aulas começavam na segunda…
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