Pular para o conteúdo principal

Adubação fosfatada com gesso – Hora de corrigir e nutrir o solo


Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock










A região do Cerrado brasileiro possui em torno de 150 milhões de hectares (25% do território nacional), o que representa um importante papel na produção agroflorestal do País. A madeira, matéria-prima utilizada pelo setor florestal, é adquirida a partir de plantios homogêneos realizados principalmente com as espécies de eucalipto, não obstante a contribuição de outras espécies, como pinus, seringueira, mogno, teca, gliricidea, acácias (mangium e negra), etc.
A silvicultura nacional tem grande base no cultivo do eucalipto, principalmente dado o seu potencial de produção (altos volumes por área), e o seu rápido crescimento. Além do mais, é uma excelente matéria-prima para diversos produtos de primeira necessidade, bem como geradora de inúmeros postos de trabalho (HIGA, 2006; SILVEIRA & GAVA, 2010; BASSACO&WALCZAK, 2014).
Benefícios do eucalipto
A elevada utilização do eucalipto nos reflorestamentos ocorreu pelo seu rápido crescimento e por sua boa adaptação às nossas condições edafoclimáticas. Os plantios de eucalipto no Brasil ocupam uma área acima de 7,0 milhões de hectares (ano de 2016), sendo que aproximadamente 70% estão concentrados nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, em solos sob vegetação de Cerrado.
Os povoamentos brasileiros estão localizados em solos com baixa fertilidade natural (pequena reserva de nutrientes essenciais), acidez elevada e altos teores de alumínio. Além disso, possuem baixos teores de fósforo, nutriente essencial para o crescimento das árvores, pouco móvel no solo. Essa última característica indica que ele deve ser fornecido o mais próximo possível das raízes. Nesta condição, existirá um aumento e/ou manutenção de boas produtividades nos povoamentos.
Solos bem nutridos e corrigidos resultam em florestas mais saudáveis - Créditos Shutterstock
Solos bem nutridos e corrigidos resultam em florestas mais saudáveis – Créditos Shutterstock











Equilíbrio nutricional
O déficit nutricional para o eucalipto pode ser de muitos nutrientes, como o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cobre e zinco. A falta acentuada destes pode comprometer seriamente a produtividade inicial ou a manutenção desta após várias rotações.
Há mais de 30 anos, já se teve ideia da extração de nutrientes pelo eucalipto. Assim, Bellote (1979) avaliou provoamentos de Eucalyptusgrandis aos seis anos de idade, e mostrou os seguintes acúmulos de nutrientes: Ca (518 kg ha-1), N (472 kg ha-1), K (245 kg ha-1), S (160 kg ha-1), Mg (125 kg ha-1) e P (30 kg ha-1), também corroborando com os dados de Barros & Novais (1996).
A demanda de nutrientes para o eucalipto aumenta com a produtividade esperada e, em geral, para uma produtividade de 40 m3 ha-1 ano o conteúdo na biomassa aos sete anos de idade é: 360 kg ha-1 de N, 24 kg ha-1 de P, 195 kg ha-1 de K, 400 kg ha-1 de Ca e 85 kg ha-1 de Mg (NEVES, 2000; GONÇALVES & MELLO, 2004).
Além disso, a necessidade de adubação decorre do fato de que nem sempre o solo é capaz de fornecer todos os nutrientes que as plantas precisam para um adequado crescimento.Por isso, o manejo da adubação estará relacionado com as necessidades nutricionais, com a fertilidade do solo, com a eficiência dos fertilizantes, com a forma de aplicação e eficiência econômica do uso e da aplicação do adubo.
Recomendações
As recomendações de adubação devem ser definidas a nível regional para as espécies e classes de solo de maior utilização. Assim, pode-se obter a otimização dos retornos financeiros (GONÇALVES, 1995; BASSACO&WALCZAK, 2014). Portanto, uma maior produtividade deve ser consequência de maior aquisição de recursos pela cultura, como carbono, proveniente da atmosfera, e nutrientes, provenientes do solo (NEVES, 2000).
Por outro lado, a produtividade será maior com uma maior eficiência na aquisição de água e nutrientes pelo sistema radicular desenvolvido adequadamente (BASSACO&WALCZAK, 2014).
O fósforo
Com relação ao fósforo, a cultura do eucalipto é altamente exigente nesse nutriente, principalmente na fase inicial de crescimento.O elemento é móvel nos tecidos e, com isso, os sintomas de deficiência surgem nas folhas mais velhas e no estádio inicial da carência as folhas mais velhas ficam com coloração verde escura, mostrando-se arroxeadas próximo às nervuras e com pontuações escuras ao longo do limbo foliar.
No estádio final, as pontuações progridem em tamanho e tornam-se necróticas (SILVEIRA & GAVA, 2010). No campo, em condições de deficiência severa, ocorre drástica redução do tamanho das plantas, que ficam completamente arroxeadas e, geralmente, observa-se no final das linhas de plantio, onde muitas vezes o adubo fosfatado acaba não sendo aplicado.
Fonte 
Bruno Nicchio
Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal, ICIAG-UFU
José G. Mageste
Engenheiro florestal, Ph.D. e professor ICIAG-UFU
Ernane Miranda Lemes
Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Produção Vegetal, ICIAG-UFU

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Depredação do patrimônio público escolar é CRIME e pode causar pena de detenção por até 6 meses

O que é Patrimônio Público segundo a Lei Nº 4.717/65? É o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta. Segundo a definição da lei, o que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer ele a um ente público – a União, um Estado, um Município, uma autarquia ou uma empresa pública. O que diz o Código Penal (Lei Nº 2.848/40) sobre Dano ao Patrimônio Público? Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima Pen

5 Apps para uso na área zootécnica

1-$uplementa Certo       Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária lança o $uplementa Certo, primeiro aplicativo para smartphones e tablets, com sistema operacional Android, desenvolvido com o objetivo de ajudar na escolha de produtos e estratégias pertinentes a nutrição de bovinos de corte. https://play.google.com/store/apps/details?id=br.embrapa.cnpgc.bcss 2-C7 Gado Corte - Manejo I O aplicativo C7 Gado Corte I é integrante do CR Campeiro 7 e tem por objetivo o registro de operações de manejo do rebanho bovino de corte em uma propriedade rural.  https://play.google.com/store/apps/details?id=com.campeiro.c7gadoi 3-Sistema Rebanho/Gado Leiteiro Aplicativo destinado a criadores de gado leiteiro e consultores da área, sejam veterinários, zootecnistas, pesadores de leite, e afins. O Rebanho Leiteiro é um aplicativo portátil completo para gerenciar o rebanho leiteiro do criador. Possui a ficha do animal, com

5 Melhores Apps para uso na área Florestal

1- C7 Relação H/D  O Aplicativo C7 Relação H/D – Relação Hipsométrica - opera com os dados de altura e diametro obtidos e registrados no aplicativo de levantamentos de dados I, e procede o ajuste a modelos de regressão  com cálculos de coeficientes da regressão e outros como coeficiente de determinação (R2), erro padrão da estimativa (Sxy).  Estão pré-definidos 12 modelos que comumente são utilizados em tais levantamentos.       A partir da seleção de um modelo ajustado e com a inserção de dados de DAP, o programa calcula a estimativa de alturas de árvores localizadas na área amostral onde foi estabelecida a relação hipsométrica. https://play.google.com/store/apps/details?id=crcampeiro.florestal&feature=search_result 2- Aplicativo C7 LDFP O Aplicativo C7 LDFP - Levantamentos de Dados I – Florestas Plantadas  possibilita: a) Cadastro de Espécies Florestais Exóticas(Plantadas) b) Cadastro de Projetos de Levantamentos Florestais aplicados a