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Erosão em terras planas? Existe sim! Fique atento!

Imagem relacionadaO alerta de que é preciso desmistificar a questão da erosão em terras planas veio da Embrapa Agrossilvipastoril do Mato Grosso! O Doutore em Agronomia Sílvio Spera (Pesquisador da área de Classificação, Uso e Manejo do Solo) apresentou importante artigo onde diz que “Há um mito que permanece na ideia de muitos produtores rurais e até em agrônomos de que em terras planas a erosão do solo não é problema. Isso é um mito a ser desfeito.”
Ele aponta que muitos agricultores e até mesmo técnicos e agrônomos acreditam que a chuva tem infiltração rápida em solos arenosos. Mas que isso só é verdadeiro quando se trata de solos arenosos ainda cobertos pela vegetação original de cerrado ou mata.
Em um trabalho feito por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso em solos arenosos planos de Confresa (MT) foi medida a velocidade básica de infiltração (VIB) de uma mata natural, de lavoura de sorgo, de cobertura com milheto e de uma pastagem de braquiária e foi observado que a VIB na camada de 0 a 20 cm foi respectivamente: 192 cm/h, 11 cm/h, 26 cm/h e 15 cm/h. Resultados semelhantes estão sendo obtidos em uma pesquisa da Embrapa em andamento na região de Campo Verde (MT) e Nova Brasilândia (MT), também em solos arenosos com relevo plano. Os dados desse trabalho ainda não foram publicados.
A menor VIB em áreas de lavouras e pastagens é resultado da perda de estrutura porosa do solo devido à retirada da cobertura original,perda da matéria orgânica e da dispersão dos agregados do solo estáveis em condição natural de acidez e que foram desfeitos pelo trânsito de máquinas, pisoteio do gado, adição de cinzas oriundas da queima da vegetação primitiva e, principalmente, pela adição de corretivos de solo e adubos de natureza salina. Esses componentes dispensam os flocos de argila e desfazem a estrutura granular do tipo “pó-de-café” desses solos. Essa desagregação leva ao entupimento desses poros e ao adensamento da camada superficial, favorecendo a redução drástica da infiltração da água das chuvas e consequentemente, a erosão hídrica.
Assim, erosão hídrica severa e alagamentos têm sido problemas para a agricultura, mesmo nos solos arenosos e planos do estado de Mato Grosso e isso ficou evidente nos últimos eventos de chuvas intensas nos municípios da região de Campo Novo do Parecis e Sapezal.
Por isso é preciso cuidar do solo, só o manejo adequado, o monitoramento constante das condições químicas e físicas do solo e um plano adequado de uso do solo para garantir que, mesmo áreas de terras planas, não venham a sofrer com inundações e erosão hídrica no futuro.
Com informações da Embrapa – Foto: Mais soja

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