Pular para o conteúdo principal

Ferramentas na diagnose de doenças de plantas

Resultado de imagem para PLANT DISEASES

Laercio Zambolim Universidade Federal de Viçosa. E-mail: zambolim@ufv.br

Quais são as razões e situações em que se deve realizar a diagnose de doenças de plantas? A identificação correta de uma doença constitui a base para o controle da doença. A diagnose de doenças de plantas por tanto é o pilar do manejo integrado. Além disso, a diagnose da doença orienta o serviço de extensão para emissão de avisos fitossanitários e contribui para reduzir a possibilidade de entrada de patógenos exóticos num país. O que se procura na diagnose é a acurácia, a mais completa possível, com rapidez e não dispendiosa. Medidas de controle, portanto, só podem ser tomadas após a identificação correta do agente causal e do estudo da epidemiologia da doença. Quando a diagnose de doença é feita erroneamente, temse como resultado danos e perdas, aumento do custo do controle e contaminação ambiental pela aplicação indevida de produtos químicos. Quando o produtor procura o serviço de diagnose de doenças de plantas, ele tem em mente duas perguntas: o que esta causando o distúrbio nas plantas e como controlá-la.

Os passos na diagnose de doenças são: identificar o nome científico (gênero e espécie da planta); conhecer plantas normais sem sintomas; observar os sintomas e sinais em plantas sintomáticas em diferentes estádios de evolução; determinar o padrão espaço-temporal da doença; praticar a anamnese (perguntar ao máximo); histórico de tratos culturais e da área de cultivo; checar atlas e compêndios com fotos de doenças; testes em laboratório e o resultado final. A diagnose deve sempre iniciar com a visita aos campos de cultivo. Portanto, a visita do técnico ao campo é a ferramenta principal como ponto de partida para o conhecimento do agente causal. Uma vez no campo, o técnico deve praticar a anamnese, isto é fazer o papel de um detetive. Perguntar e observar ao máximo o padrão da doença, sua distribuição e locais onde ocorre com maior severidade. É importante saber que doenças em plantas podem ser de origem infecciosa (bióticas) e não infecciosas (abióticas). Após a observação do padrão espaço-temporal da doença deve-se proceder ao exame do material vegetal com sintomas de doença. A lupa de mão e uma ferramenta cortante como o canivete são ferramentas importantes na busca de sinais de agentes infecciosos de doenças. Cortes no sentido longitudinal e transversal do vegetal podem mostrar se o xilema tem invasão de um organismo
. Outras ferramentas que podem ser úteis em certos casos são os kits diagnósticos, para certas espécies de fungos, vírus e bactérias. Máquina fotográfica e filmadora também são ferramentas importantes para o registro dos sintomas e padrão da doença no campo. Para auxiliar na identificação do agente causal, deve-se também utilizar LI como o GPS, ipods, iphones e atlas contendo ilustrações de doenças bióticas e abióticas. O arranquio das plantas no campo e, a análise do sistema radicular pode revelar possíveis podridões devido ao alto nível de umidade do solo. A utilização de PCR em tempo real em condições de campo num futuro poderá ser uma ferramenta de grande utilidade, na diagnose de determinadas doenças. Na diagnose de problemas abióticos é importante observar o progresso da doença no campo. Muitas vezes a toxicidade de herbicida pode produzir sintomas semelhantes a ataque de viroses. Por exemplo, se plantas forem injuriadas com herbicidas (2,4 D) os sintomas da toxicidade surgirão rapidamente e não haverá progresso dos sintomas posteriormente.

Todas as partes da planta devem ser examinadas a procura de sintomas e sinais (raízes, folhas, caule, flores e frutos. Testes de PCR e ELISA, aliados a outros são ferramentas mais empregadas na diagnose de doenças em laboratório, principalmente o PCR e o PCR em tempo real para vírus, bactérias, bactérias fastidiosas, fitoplasmas, espiroplasmas, fungos e até para nematóides. Testes adicionais incluem análise de ácidos graxos, utilização de fontes de carbono  e teste de atividade de enzimas (pectinase, padrões isoenzimáticos). Nos testes diagnósticos para identificação de doenças de causas abióticas é necessário determinar o pH, análise de nutrientes no solo e nos tecidos vegetais para se determinar se os mesmos estão em excesso ou deficientes, toxicidade de ferro, alumínio e manganês, salinidade do solo, toxicidade de agrotóxicos (herbicidas, fungicidas, inseticidas e acaricidas). Conclui-se que houve grande evolução nas ferramentas para a diagnose de doenças para serem empregadas em campo e em laboratório. Entretanto as ferramentas disponíveis em campo, precisam ser mais difundidas em nossas condições.

FONTE Tropical Plant Pathology 36 (Suplemento), agosto 2011 XLIV Congresso Brasileiro de Fitopatologia - Bento Gonçalves RS Copyright by the Brazilian Phytopathological Society. http://www.sbfito.com.br 12 (teste BIOLOG)

Postagens mais visitadas deste blog

Depredação do patrimônio público escolar é CRIME e pode causar pena de detenção por até 6 meses

O que é Patrimônio Público segundo a Lei Nº 4.717/65? É o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta. Segundo a definição da lei, o que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer ele a um ente público – a União, um Estado, um Município, uma autarquia ou uma empresa pública. O que diz o Código Penal (Lei Nº 2.848/40) sobre Dano ao Patrimônio Público? Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima Pen

5 Apps para uso na área zootécnica

1-$uplementa Certo       Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária lança o $uplementa Certo, primeiro aplicativo para smartphones e tablets, com sistema operacional Android, desenvolvido com o objetivo de ajudar na escolha de produtos e estratégias pertinentes a nutrição de bovinos de corte. https://play.google.com/store/apps/details?id=br.embrapa.cnpgc.bcss 2-C7 Gado Corte - Manejo I O aplicativo C7 Gado Corte I é integrante do CR Campeiro 7 e tem por objetivo o registro de operações de manejo do rebanho bovino de corte em uma propriedade rural.  https://play.google.com/store/apps/details?id=com.campeiro.c7gadoi 3-Sistema Rebanho/Gado Leiteiro Aplicativo destinado a criadores de gado leiteiro e consultores da área, sejam veterinários, zootecnistas, pesadores de leite, e afins. O Rebanho Leiteiro é um aplicativo portátil completo para gerenciar o rebanho leiteiro do criador. Possui a ficha do animal, com

5 Melhores Apps para uso na área Florestal

1- C7 Relação H/D  O Aplicativo C7 Relação H/D – Relação Hipsométrica - opera com os dados de altura e diametro obtidos e registrados no aplicativo de levantamentos de dados I, e procede o ajuste a modelos de regressão  com cálculos de coeficientes da regressão e outros como coeficiente de determinação (R2), erro padrão da estimativa (Sxy).  Estão pré-definidos 12 modelos que comumente são utilizados em tais levantamentos.       A partir da seleção de um modelo ajustado e com a inserção de dados de DAP, o programa calcula a estimativa de alturas de árvores localizadas na área amostral onde foi estabelecida a relação hipsométrica. https://play.google.com/store/apps/details?id=crcampeiro.florestal&feature=search_result 2- Aplicativo C7 LDFP O Aplicativo C7 LDFP - Levantamentos de Dados I – Florestas Plantadas  possibilita: a) Cadastro de Espécies Florestais Exóticas(Plantadas) b) Cadastro de Projetos de Levantamentos Florestais aplicados a