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Floresta energética pode ajudar Brasil atingir meta da COP 21, afirma especialista

Como energia para termelétricas ou biomassa para exportação, demanda tem potencial de crescimento nos próximos anos

Painel Florestal
 
O advogado Aldo de Cresci palestrou no Madeira 2016, em Palmas (TO).O advogado Aldo de Cresci palestrou no Madeira 2016, em Palmas (TO).
Dois prováveis cenários à frente: o reaquecimento da economia europeia somado aos pactos ambientais recém reafirmados e a retomada do crescimento econômico brasileiro. Não se sabe exatamente quando as coisas realmente vão acontecer mas, quando acontecerem, o Brasil deverá vivenciar um novo ciclo de investimentos em florestas plantadas.
O tema foi abordado, em detalhes, pelo secretário da Frente Parlamentar de Silvicultura, o advogado Aldo de Cresci, durante a oitava edição do Congresso Madeira, que aconteceu em Palmas (TO) nos últimos dias 16 e 17 de junho.
Como especialista em investimentos florestais, Aldo tem se dedicado ainda mais ao tema após ser indicado para a assessoria da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
"Esse mercado de energia e biomassa já é uma realidade. Só precisa de ajustes", explicou o assessor. Aldo acaba de chegar de uma missão empresarial na Europa onde se atualizou sobre a demanda de energia renovável.
O continente vive à espera de atingir as metas 20-20-20 do Plano Europeu sobre Alterações Climáticas. O pacto prevê a redução em 20% das emissões de gases com efeito estufa, aumento em 20% da eficiência energética e a utilização de – no mínimo – 20% de energias renováveis no consumo total de energia.
Com a retomada do crescimento, os países da União Europeia devem demandar ainda mais energia, o que – sem dúvida nenhuma – pode ser visto como oportunidade de médio e longo prazo para o Brasil.
Aldo apontou os principais desafios a serem superados. "A logística é o principal deles. Não temos, hoje, vias de escoamento e estrutura de transporte ideais para biomassa seja no formato de cavaco ou de pelletes", apontou o advogado. Com operações de exportação bastante pontuais, a comercialização de biomassa para a Europa ainda esbarra em outra situação: a necessidade de certificação FSC.
"Não tem como exportar para a Europa sem a certificação. Isso é algo absolutamente inevitável. O European Timber Regulation 995/2010 é bastante claro nesse sentido", comentou Aldo.
A Frente Parlamentar de Silvicultura, que conta com o deputado federal Newton Cardoso Junior (PMDB/MG) como presidente, está atuando fortemente no sentido de fazer com que a biomassa e a geração de energia no ambiente regulado se estabeleçam como boas oportunidades de negócios no país.
Aldo alerta, no entanto, que é preciso esperar as coisas se resolverem em Brasília.
"Infelizmente, estamos com muitas pautas travadas. Não estamos parados, mas é preciso ter cautela até setembro ou outubro", ponderou.
Aldo representou o deputado Newton Cardoso Jr, presidente da Frente Parlamentar de Silvicultura, que recebeu o Troféu Madeira 2016 na categoria Gestor Público.Aldo representou o deputado Newton Cardoso Jr, presidente da Frente Parlamentar de Silvicultura, que recebeu o Troféu Madeira 2016 na categoria Gestor Público.
Energia no linhão
Se exportar pode ser uma boa oportunidade de mercado para a floresta plantada para o Brasil, produzir energia para o mercado interno também poderá ser atrativo. Para isso, segundo Aldo, é preciso avançar em algumas questões.
O começo de tudo, como não poderia deixar de ser, é a falta de linhas de crédito (e consequentemente políticas públicas) voltadas a produção de energia por fontes renováveis.
Os últimos leilões também deixaram expostos a falta de garantias oferecidas pelo governo de que as usinas termelétricas demandarão 100% das árvores plantadas a preços competitivos além de regras justas de correção monetária e eficiência tributária.
Esse cenário não pode ser comparado com a geração de energia que utiliza bagaço da cana, por exemplo.
"Usinas térmicas independentes precisam contemplar, em seus custos, a formação dos maciços florestais e por isso, precisamos estabelecer um ambiente de segurança para investidor", comentou Aldo.
O advogado ressalta, contudo, que as florestas energéticas podem se estabelecer como uma excelente alternativa para regiões que hoje estão com baixa demanda por madeira.
"A madeira não precisa viajar. Basta colocar a energia no linhão", lembrou De Cresci reforçando a meta do Brasil assumida na COP 21 de dobrar a área de florestas plantadas nos próximos anos. "Temos muito trabalho pela frente", finalizou.

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