No Brasil esta prática está sendo coibida pelo governo e a proibição já foi assimilada pelos sojicultores. O problema, no entanto, está nos países vizinhos: no Paraguai, por exemplo, a “soja de segunda safra” aumenta e é cada vez mais comum.
“O sistema produtivo do Paraguai está em risco. Se não for feita uma intervenção, é possível que no próximo Congresso estejamos falando em inviabilidade de produção de soja naquele país", alertou o agrônomo da Sementes Iruña, Claiton Rodrigues.
Na avaliação do chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, Ricardo Abdelnoor, o Brasil precisa realizar ações conjuntas com Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Ele justificou que os esporos do fungo migram com o vento, podendo se deslocar desses países para o terrítório brasileiro.
“Se quisermos um controle efetivo, além do Brasil, temos de ter ações em outros países também. Há a necessidade da normatização efetiva e conscientização dos produtores e técnicos de todos os países. Temos de pensar em boas práticas agrícolas", disse Abdelnoor.
Além de evitar a “soja de segunda safra”, os especialistas alertam que são necessárias outras medidas. Uma delas é evitar a presença de plantas hospedeiras no campo, com a ampliação do vazio sanitário. “O tema já deixou de ser polêmico, uma vez que agora trata-se de viabilizar a sustentabilidade da cadeia produtiva e não mais uma simples opção de escolha”, concluiu diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja MT), Luiz Nery Ribas.
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