Pular para o conteúdo principal

Por que eu quero cursar mestrado e doutorado?

Sou graduado em uma área, posso fazer uma pós-graduação em uma área diferente?

Nossa vida é uma correria desesperada, sem tempo para família, amigos, sem muitas opções de lazer e, o que talvez seja o mais contraditório, sem tempo para fazer pesquisa. Pois é, a pressão pelos resultados somada ao modelo de vida da “geração bolsista” – que não consegue se imaginar terminando o mestrado sem iniciar um doutorado – termina por inibir muitas reflexões possíveis pois falta… tempo.
Mea Culpa
Porém, nós também temos nossa bagatela de culpa nessa situação. Criticamos “o sistema”, a pressão, não concordamos com a lógica da produtividade e blábláblá. Mas quem nunca:
  • Olhou o Lattes de um colega e pensou “mas ele só publicou isso?”
  • Entrou em desespero ao imaginar que no próximo ano não terá bolsa, salvo se ingressar num curso de doutorado ou pós-doutorado?
  • Pegou um tema que não gostava tanto assim e fez virar um projeto; porque era o mais fácil?
  • Se sentiu culpado por estar numa festa, assistindo a um filme ou mesmo sem fazer nada?
É, eu sei que ninguém está imune à cultura, e menos ainda à cultura acadêmica que respiramos diariamente nas bibliotecas, arquivos, laboratórios, salas de aula e corredores de departamentos. Mas precisamos fazer o nosso mea culpa, entender que às vezes crucificamos o Cristo errado e lavamos nossas mãos culpando “o sistema”.
Qual o sentido da pesquisa? Qual o motivo de querermos ser pesquisadores? Meus caros, talvez muitas vezes tenhamos medo do mundo fora da academia e acabamos nos recolhendo – nem muito felizes, nem muito tristes – nas brechas do “sistema”. E vamos tocando a Iniciação Científica, o Mestrado, o Doutorado, os vários pós-doutorados…
Entre fins e meios
Nesse ritmo de vida, o maior desafio acaba por se tornar escrever um projeto, mais preocupado com a aprovação que com a paixão em pesquisar. “Depois você muda”. O objetivo é deslocado da produção de conhecimento para o ingresso num curso de pós-graduação e, em muitos casos, com o auxílio de bolsas. A bolsa é fundamental a qualquer mestrando e doutorando, sobretudo se levamos o processo a sério e entendemos que a pós-graduação exige mais do que oito horas diárias.
Contudo, será que não estamos substituindo os fins pelos meios? Tenho a sensação de que, muitas vezes, a pós-graduação não é exatamente um desejo de saber: é a melhor opção, já que “a bolsa é melhor do que muito salário” – sobretudo para os formados em licenciaturas.
Muitos de nós temos colegas que não têm interesse nenhum na pesquisa que fazem e por uma sucessão de acasos chegaram onde estão. Outros, sabem exatamente o sentido do que estão fazendo. O que, para eles, não faz sentido é eles estarem ali. Percebo que a universidade, para muitas pessoas, tem se tornado um abrigo das turbulências do mercado de trabalho, um jeito mais cômodo de se alcançar um salário de duas unidades de milhar[1], ainda que ao custo de muita chorumela.
A grande pergunta
Enfim, a grande questão é: por que eu quero cursar uma pós-graduação? Precisamos ter uma resposta clara, verdadeira e apaixonada. Como tudo na vida, no mestrado e no doutorado a pessoa precisa gostar do que faz e ter uma visão de longo prazo. Nós, da geração bolsista, às vezes levamos a ideia da bolsa ad infinitum. Mas ser estudante não é profissão. Pelo menos, ainda.
E você, por que você quer cursar uma pós-graduação?
Fonte: site pos graduando

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Depredação do patrimônio público escolar é CRIME e pode causar pena de detenção por até 6 meses

O que é Patrimônio Público segundo a Lei Nº 4.717/65? É o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta. Segundo a definição da lei, o que caracteriza o patrimônio público é o fato de pertencer ele a um ente público – a União, um Estado, um Município, uma autarquia ou uma empresa pública. O que diz o Código Penal (Lei Nº 2.848/40) sobre Dano ao Patrimônio Público? Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima Pen...

Estádios fenológicos e marcha de absorção de nutrientes da soja.

Autoria:  OLIVEIRA JUNIOR, A. de; CASTRO, C. de Confira neste material:  Estádios fenológicos: fase reprodutiva (crescimento indeterminado e determinado); fase vegetativa. Marcha de absorção de nutrientes da soja: macronutrientes (nitrogênio, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e enxofre) e micronutrientes (Boro, manganês, cobre, zinco). Extração e exportação de macro e micronutrientes em diferentes cultivares de soja: BRS 184, SYN 1059, DM 6563 - Intacta RR2 PRO (tm).

Fitopatologia na Agronomia: Utilização de Câmara úmida para desenvolvimento de estruturas de patógenos

     Acadêmicos do 3° Ano de Agronomia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, nesta terça- feira receberam instruções sobre  preparar a câmara úmida para o desenvolvimento de fitopatógenos na superfície da planta hospedeira e métodos de isolamentos de microrganismos.    A atividade foi realizada para atender à carga horária prática da disciplina de fitopatologia, ministrada pela Professora Wanderléia Rodrigues. SAIBA MAIS  1-Câmara úmida Objetivo: expor o material vegetal a um ambiente úmido para que ocorra o desenvolvimento das estruturas do patógeno na superfície da lesão. Qualquer parte da planta (folha, flores, ramos, etc) pode ser acondicionada em um recipiente (sacos plásticos, caixa plástica, placa de Petri, etc) fechado contendo um algodão ou papel umedecido com água. O interior do recipiente ficará úmido e assim estimulará o crescimento das estruturas do patógeno na lesão do material ...