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Manejo de rasteirinha pode evitar proliferação da planta nas lavouras de soja


A ocorrência da rasteirinha, de nome científico Hybanthus parviflorus, colocou em alerta pesquisa da Embrapa no Mato Grosso do Sul. Geograficamente, a rasteirinha era vista distribuída nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Porém, ela apareceu infestando oleaginosas de inverno no campo experimental da Embrapa Agropecuária Oeste, e em cerca de 200 hectares de lavouras de soja em propriedades no Distrito de Picadinha, em Dourados (MS).



Segundo o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Germani Concenço, a rasteirinha não é considerada uma planta daninha importante, mas possui potencial para se propagar no sistema de cultivo predominante de Mato Grosso do Sul, que têm como base a dessecação da área para plantio com os herbicidas glyphosate e 2,4-D.

– Sabe-se que a rasteirinha é altamente tolerante a ambos herbicidas. Por isso a necessidade de cuidados para que ela não se alastre no sistema de cultivo no Estado – explica Concenço.

Para facilitar o entendimento sobre essa que se desenvolve em ambiente sob distúrbio, a pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste elaborou e divulgou um Comunicado Técnico sobre a ocorrência da rasteirinha em Mato Grosso do Sul, com informações que vão da caracterização botânica e identificação no campo até a sensibilidade a herbicidas e manejo da espécie. Porém, ainda não há técnicas de manejo para controlar e impedir o surgimento da rasteirinha.

– No caso de já haver rasteirinha na área, é essencial que o produtor faça a eliminação da espécie, por qualquer método de manejo nas manchas iniciais, seja  por capina ou arranquio – diz o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.

Para isso, é necessário que o produtor saiba identificar a rasteirinha no campo, porque, normalmente, ela é confundida com a vassourinha ou com a guanxuma. Para diferenciar a rasteirinha da guanxuma, o produtor rural precisa ficar atento a dois aspectos: formato da semente (a guanxuma possui formato circular de um lado e do outro é triangular; e a rasteirinha possui a semente totalmente redonda) e a resistência ao arranquio da planta do solo (a guanxuma é muito difícil de ser arrancada do solo, já a rasteirinha é mais fácil de ser retirada manualmente). A diferença da rasteirinha em relação à vassourinha é pelo caule: o caule da vassourinha é anguloso e o da rasteirinha é cilíndrico. Mais uma forma de identificação da rasteirinha é pelos pedúnculos, que são pegajosos.

Para o controle preventivo, as indicações de Concenço são utilizar sementes de culturas com elevada pureza, germinação e vigor; limpar cuidadosamente implementos agrícolas vindos de áreas infestadas com a espécie, ou de áreas desconhecidas; inspecionar o torrão para mudas florestais e frutíferas; examinar matéria orgânica proveniente de outras áreas; deixar animais, adquiridos de outras localidades com ocorrência da espécie, em quarentena, porque apesar de os animais aparentemente não preferirem consumir a rasteirinha, suas sementes podem ser consumidas junto com outras forrageiras.

– De maneira geral, a cobertura do solo também é uma prática sempre recomendada. O ideal seria adotar a Integração Lavoura-Pecuária; mas, sempre que possível, o produtor deve adotar, no mínimo, um consórcio milho-braquiária. Para o controle químico, o produtor deve fazer aplicações sequenciais para conseguir o controle eficiente dessa espécie – afirma Concenço.

EMBRAPA

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