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Ambientalista critica decisão e defende outras opções


 A inclusão das térmicas a carvão em novos leilões de energia é o início de um pesadelo ambiental para muitas organizações ligadas ao meio ambiente, as quais já davam o assunto como caso encerrado. A perspectiva de crescimento das chamadasenergias renováveis - usinas hidrelétricas, eólicas e de biomassa - afastariam de vez a aposta em projetos criticados por serem poluentes, sepultando de vez as térmicas movidas a carvão mineral, óleo combustível, gás e energia nuclear. O governo, no entanto, já deixou claro que não abrirá mão dessas fontes para garantir a geração do país e afastar qualquer possibilidade de racionamento de energia.

"Vemos essa decisão com muita preocupação. Era o momento de abandonar isso. O carvão brasileiro é de péssima qualidade, gera altíssimo grau poluente, além de ser muito caro", diz o especialista Carlos Rittl, coordenador do programa mudanças climáticas eenergia da organização World Wide Fund for Nature (WWF) no Brasil.

Nas entrelinhas, a decisão do governo de retomar as térmicas carrega outros significados. Nos últimos anos, a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia - como Jirau (RO), Santo Antônio (RO) e Belo Monte (PA) - só foi para frente após o governo alterar esses projetos para que tivessem impacto "reduzido", utilizando turbinas baseadas em "fio d´água", sistema que aproveita o fluxo natural do rio para gerar energia, dispensando a necessidade de construir grandes reservatórios. Por diversas vezes, o governo já lamentou ter que adotar essa alternativa para viabilizar as hidrelétricas. Agora, para alguns especialistas do setor, a retomada das térmicas soa como uma "resposta" para esse caminho escolhido pelo país. A leitura é mais ou menos assim: não querem os grandes reservatórios? Então, agora, aguentem as térmicas.

Com o retorno das térmicas à matriz energética, volta à mesa de discussão a possibilidade de se construir usinas com reservatórios maiores. Para Carlos Rittl, da WWF, é uma visão equivocada. "Temos os projetos de eólicas, biomassa e solar mostrando bons resultados. Todas as fontes geram algum impacto, mas se forem implantadas de forma adequada, com planejamento, esse impacto é reduzido", comenta Rittl. "Não se trata de ser contra usina hidrelétrica, por princípio, mas é preciso que haja uma análise integrada desses projetos. Acredito que escolhas melhores podem ser feitas. Falta diálogo."

Na Conferência de Copenhague, o governo brasileiro assumiu o compromisso de que suas emissões de CO2 não poderão ultrapassar 680 milhões de toneladas até 2020. Segundo a Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), o acionamento de novas térmicas no país não compromete essa meta. "O Plano Decenal de Energia aponta que o país vai gerar 622 milhões de toneladas até 2020. Se esses projetos entrarem em operação, estamos falando só de 10 milhões de toneladas a mais. Temos, portanto, uma gordura de 48 milhões de toneladas pela frente", diz Luiz Fernando Zancan, presidente da ABCM.

A MPX Energia, de Eike Batista, diz que tem investido pesado para reduzir o impacto de seus projetos. A Usina Termelétrica Sul Catarinense (Usitesc) estima que 25% do investimento de R$ 1,6 bilhão que fará será empregado em ações para mitigar o impacto ambiental. Projeta-se reaproveitamento de rejeitos para tapar minas e até uso de cinzas para recuperação de solos com baixo teor de nutrientes.

"É lamentável ver que o país segue na contramão de um movimento global. A Índia, por exemplo, investe hoje 100 vezes mais que o Brasil em energia solar. Em 2011, nós gastamos US$ 50 milhões nesses projetos. Os indianos colocaram US$ 5 bilhões naenergia solar", diz Carlos Rittl, do WWF Brasil

Fonte: Valor

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